quinta-feira, 21 de maio de 2015

A ameaça Chinesa


            Há 200 anos Napoleão Bonaparte fez uma profecia que está começando a se realizar atualmente ao dizer:” Deixem a China dormir, porque quando ela acordar, o mundo vai estremecer.”
            A verdade é que agora, tudo o que compramos é  “made in China”... Eis um aviso para o futuro. Mas ninguém liga para esse aviso... Atualmente ninguém! Agora é só aproveitar.. E depois, como será para os nossos filhos? Que futuro terão?
            Algumas pessoas voltaram da China impressionadas. Um determinado produto que o Brasil fabrica 1 (um) milhão de unidades, uma só fábrica chinesa produz (40) quarenta milhões, e a qualidade já é equivalente ou melhor. A velocidade de reação é impressionante. Os chineses colocam no mercado em questão de semanas.
            Com preços que são uma fração dos fabricados aqui, uma das fábricas chinesas está se mudando para o interior, porque os salários da região onde está instalada estão altos demais: 100 (cem) dólares: um operário brasileiro equivalente ganha 300 (trezentos) dólares, que acrescidos de impostos e benefícios representam quase 600 (seiscentos) dólares. Quando comparados aos 100 (cem) dólares dos chineses que recebem praticamente 0 (zero) benefícios, estamos perante uma escravidão amarela e alimentando-a.
            Horas extras? Na China? Esqueça!!! O pessoal lá é tão agradecido por ter emprego que trabalha horas extras sabendo que não vai receber nada por isso... Atrás dessa postura está a grande armadilha chinesa. Não se trata de uma estratégia comercial, mas sim de uma estratégia de poder, para ganhar o mercado ocidental.
            Os chineses estão tirando proveitos da atitude dos marqueteiros ocidentais que preferem terceirizar a produção, ficando apenas com o que ela agrega de valor: a marca. Dificilmente você adquire atualmente nas grandes redes comerciais dos Estados Unidos da América um produto “made in USA”. É tudo “made in China”, com rótulo estadunidense.
            As empresas ganham rios de dinheiro comprando dos chineses por centavos e vendendo por centenas de dólares aos seus conterrâneos. Apenas lhes interessa o lucro imediato a qualquer preço, mesmo ao custo do fechamento de suas fábricas e do brutal desemprego. É o que se pode chamar de estratégia “preçonhenta” (preço peçonhento).
            Enquanto os ocidentais terceirizam as táticas e ganham no curto prazo, a China assimila essas táticas e tecnologia, cria unidades produtivas de alta performance, para dominar no longo prazo. Enquanto grandes potencias mercadológicas ficam com as suas marcas, com os designs, com suas grifes, os chineses estão ficando com a produção, assistindo, estimulando e contribuindo para o desmantelamento dos poucos parques industriais ocidentais.
            Em breve, por exemplo, já não haverá mais fábricas de tênis ou de calçados pelo mundo ocidental. Só haverá na China.
             Então, num futuro próximo veremos os produtos chineses aumentando seus preços, gerando um choque da manufatura, como aconteceu com o choque petrolífero nos anos 70. Aí, já será tarde demais.
            Então o mundo perceberá que reerguer as suas fábricas terá um custo proibitivo e irá render-se ao poderio chinês. Perceberá que alimentou um enorme dragão e acabou refém do mesmo. Dragão este que aumentará gradativamente os seus preços, já que será ele quem ditará as novas leis de mercado, pois quem tem o monopólio da produção, manda. Sendo ela e apenas ela quem possuirá as fábricas, inventários e empregos, ela é quem vai regular o mercado e não os “preçonhentos”.
            Iremos nós, os nosso filhos e netos assistir a uma inversão das regras do jogo atual, que terão nas economias ocidentais o impacto de uma bomba atômica... chinesa. Nessa altura em que o mundo atual acordar, será tarde demais.
            Nesse dia, os executivos preçonhentos olharão tristemente para os esqueletos das suas antigas fábricas, para os técnicos aposentados jogando boliche no clube da esquina e chorarão sobre as sucatas dos seus parques fabris desmontados. E então, lembrarão com muitas saudades do tempo em que ganharam dinheiro comprando “balatinho dos esclavos” chineses, vendendo caro suas “marcas – grifes” aos seus conterrâneos.

            E então, entristecidos, abrirão suas marmitas e almoçarão as suas marcas que já deixaram de ser moda, e por isso, deixaram de ser poderosas, pois foram todas copiadas...