domingo, 18 de setembro de 2016

O silêncio

Se ao me ler nessas linhas
puderes ficar em silêncio,
então é teu silêncio
a minha resposta.

Seja qual for
a tua razão ou causa,
para a força que se faz
à prender a tua voz.

Seja qual for
o movimento do teu pensamento.
Instigado ou de paz
rápido ou lento.

Ou mesmo se não for isso,
não houver nada disso,
nem mais, nem menos.

E as minhas linhas
não causarem nada
eu ainda tenho o silêncio
como tua resposta.

Quem sabe em outra data
ou possa ser melhor espelho
e nessas linhas hoje lauta em falta
possa fazer o seu trabalho com zelo.

Pois eu sou poeta
não por nada,
mas por amor
e sou poeta somente
porquê poesia é o que eu faço
e poeta é ser quem sou.

Lula: uma vergonha para os seus militantes

O declínio moral e ético do ex-presidente Lula representa uma grande decepção para milhões de brasileiros. Inclusive para muitos que jamais simpatizaram com a figura populista do ex-sindicalista. Um cidadão que teve a oportunidade de entrar para a história como um grande estadista, mas que preferiu percorrer um caminho diverso e hoje se consolida como uma das maiores decepções da política mundial.

Mesmo sem ter sido o responsável pela modernização da economia e pela retomada do crescimento no final do século passado, Lula capitaneou um dos maiores processos de expansão da economia nacional na primeira década do século 21. No lugar de aproveitar o boom de crescimento e investir na infraestrutura do país, Lula preferiu despejar bilhões de dólares em projetos de seus amigos banqueiros e empreiteiros.

Lula encontrou uma janela de oportunidades extraordinária no cenário em que assumiu a presidência em 2003.  As milhares de empresas, entre montadoras, redes de varejo e indústrias de todos os setores, que haviam se instalado no Brasil após a estabilização da economia, estavam começando a contratar mão de obra em massa. O resultado da inserção do Brasil na economia de livre mercado mundial, a "herança maldita", segundo o próprio Lula, proporcionou ao país uma condição ímpar sob o ponto de vista estratégico.

Mas foi justamente esta "herança maldita" que permitiu a melhoria na vida de milhões de brasileiros, que conseguiram bons empregos e puderam, pela primeira vez na vida, financiar automóveis, imóveis e outros bens de consumo.

Lula não teve coragem de promover importantes reformas estruturais nas áreas sociais, trabalhistas, e fiscais. Não ousou o enfrentamento de problemas crônicos do país, como a violência, saneamento, saúde. Extremamente moderado, o ex-presidente desencantou setores de seu partido, setores sindicais e movimentos sociais, preferindo conciliar outros interesses e se associar aos grandes empresários, bancos e empreiteiros, que lograram ganhos extraordinários e imediatos durante sua gestão. O próprio Lula, apesar de ser um homem que teve origem na pobreza, não se envergonha ao assumir que os bancos e empresários jamais ganharam tanto dinheiro quanto durante seu governo.

Entre outros aspectos fundamentais de sua trajetória contraditória, Lula se associou de forma promíscua aos piores setores da política brasileira, adotando aliados como Paulo Maluf, José Sarney e Fernando Collor.

Embora tenha sido eleito com o apoio dos movimento sindicais, Lula não ousou promover uma reforma sindical. Ao contrário, sua sucessora tirou direitos consagrados dos trabalhadores, com corte de benefícios e até mesmo permitindo a redução dos salários. Lula também contou com o apoio incondicional dos movimentos sociais, mas o PT nunca levou a sério, por exemplo, a questão da reforma agrária. A violência contra as mulheres, negros, pobres e nordestinos quase triplicou durante os governos do PT de Lula e Dilma.

Segundo o sociólogo José de Souza Martins, professor aposentado da USP e docente da Cátedra Simón Bolivar da Universidade de Cambridge (Inglaterra), o ex-presidente Lula é personagem de "duas faces que, sozinho, absorveu todo o potencial de populismo que havia na sociedade brasileira"

A ganância de Lula pelo poder começa a ceifar milhões de empregos. Apenas em 2015, mais quase cem mil empresas empregadoras fecharam as portas. Martins alega que o legado social do PT na Presidência da República não resistiu ao primeiro sinal de crise econômica interna. "A classe média do PT caiu de patamar em horas", afirma ele.

O auge da fragmentação do mito "Lula" se dá em meio à uma destruidora sequência de escândalos do corrupção envolvendo a Petrobras, Medidas Provisórias suspeitas, investigações sobre recebimento de propina por parte de familiares, inquéritos sobre tráfico de influência e até mesmo de ocultação de patrimônio.

Após se tornar alvo de três inquéritos na justiça, Lula envergonha os brasileiros e ex-militantes. Seu legado se resume numa trajetória de enganação, corrupção e escândalos, além da catástrofe do governo Dilma. Esta sim, uma herança maldita do petismo.