Noite
Molhando os pés na beira-mar, fixei os olhos nas
estrelas,
por momentos viajei, desejando perder-me na imensidão do
mar.
Fui tocada pela
brisa, que me quis levar,
esvaziou o meu ser, entregou-me
ao luar.
Em adiantadas horas
já não era eu, mas outra qualquer.
Transformada pelas
estrelas, que se bebem com água.
agitada pelas
luzes da cidade
As ruas tornam-se iguais num espectáculo de
luzes.
Ouço o barulho dos
copos nas mãos dos bêbados.
O aroma dos charros
paira no ar.
Olhos brilhantes
percorrem as estradas, levando a beleza a portas de discotecas.
A beleza nas
discotecas, evapora-se na luz do Sol.
Tudo na noite é superficial.
Aprisionei a mente
na agitação da noite,
quis sentar-me nas
estrelas e vislumbrar a cidade.
Senti-me acompanhada dentro da solidão,
rasgada por estrelas cadentes que atravessam a escuridão.
Pensei sonhar
acordada, por fim adormeci.
Dia
As
dores possuem a cabeça,
a
má-disposição acorda a realidade.
No
dia vive-se a verdade,
repleta
de solidão e tristeza.
Na ausência das estrelas, tudo se tornou
vazio.
O
céu opaco de fartas nuvens,
pode
conter arco-íris mas não tem cor.
A
cidade abstrai-se de qualquer encanto ou magia.
Olhares
atentos em janelas,
dão
vida a línguas murmuradoras que contam tudo o que vêem.
Os
meus olhos lembram-se daquilo que não têm,
lamentando
lágrimas de tristeza profunda.
Carros
enchem as estradas, as ruas tresandam a lixo.
As
camas enchem-se de ressaca,
no
realismo de um mundo feio e sem nexo.
A
mente habita-se de pensamentos paranóicos,
Ansiando
pelo fim do dia