sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Racismo

Se cor de pele for motivo de qualquer benesse, sinto-me duplamente marginalizada. Estudei a vida toda em escola pública. Tive um tataravô negro e tenho a pele branca. Meus filhos também são brancos. Trabalho para pagar a escola deles, que nem por isso garante a eles uma educação de qualidade.
Pensando bem, para que uma educação de qualidade, se nossas universidades estão fora das listas das melhores?
Para não estender mais o assunto, quero focar nos livros de Monteiro Lobato.
Gostaria de pedir as autoridades competentes, pelo amor das crianças, da educação e da alma brasileiras, por favor, não comecem a mexer com autores brasileiros, especialmente os infantis, sob a desculpa malévola de menções racistas. Não combina com o povo brasileiro, um povo onde as etnias e culturas ainda convivem em paz, apesar dos problemas desta conflituosa e complicada Pátria.
Quanto aos livros de Monteiro Lobato, minha imaginação infantil deliciou-se com duas literaturas: os contos de fada dos irmãos Grimm e Andersen e o maravilhoso Sítio do pica-pau amarelo, de Monteiro Lobato.
Emília era o que toda criança queria ser, irreverente e engraçada. Pedrinho e Narizinho eram meus amigos imaginários, dona Benta se parecia com minha avo, tio Barnabe como meu tataravô negro e tia Anastácia era a encarnação da bondade e da proteção que toda criança precisa.
Se olharmos como racistas as descrições feitas em obras literárias, deveríamos também excluir muitas obras de literatura mundial.
Comecemos com Aristoteles, considerado implicar da filosofia ocidental, diz em sua poética: " O caráter da mulher e inferior, e o dos escravos, geralmente insignificante."
Shakespeare, em O Mercador de Veneza, descreve Shylock como um judeu mesquinho.
E agora falando de educação, meu ponto de vista sobre o sistema de cotas sociais.
Se tivéssemos uma educação de qualidade, os alunos de escola pública teriam iguais condições de concorrer a uma vaga universitária.
Injustiça social e no meu ponto de vista, não investir em educação para todos os cidadãos, sejam eles pobres ou ricos, amarelos, brancos ou negros.

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